Uma pesquisa sobre o ponto de fusão dos diamantes, conduzida por cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livemore, na Califórnia (EUA), revelou que o mineral se comporta como a água em seus processos de fusão e solidificação, com sua forma sólida flutuando no líquido; de quebra, esta descoberta indicou que os planetas Netuno e Urano podem abrigar icebergs das gemas. Ambos os planetas têm pólos magnéticos que não coincidem com seus pólos geográficos. Cerca de 10% da composição dos dois é de carbono, e um oceano de diamantes líquidos poderia afastar o ângulo do campo magnético, desalinhando-o com a rotação do planeta, acreditam os cientistas.
No laboratório, em condições que simularam os níveis de pressão nos gigantes gasosos, os autores do estudo verificaram a formação de pequenos cristais de diamantes sólidos em meio ao carbono líquido gerado, como icebergs no oceano. Os pesquisadores então se concentraram em um diamante de meio milímetro de espessura e peso de 0,1 ct, bombardeando-o com lasers de alta pressão, semelhante ao encontrado em Urano e Netuno. A gema foi liquefeita a uma pressão 40 milhões de vezes superior à do nível do mar na Terra, e então os cientistas lentamente reduziram a temperatura e a pressão.
Quando a pressão caiu a "apenas" 11 milhões de vezes a do nível do mar e a temperatura atingiu 50 mil graus Celsius, nacos sólidos de diamantes começaram a aparecer no líquido. À medida em que a pressão caía, mais pedaços sólidos se formaram no diamante líquido, sem afundar – exatamente como na água.
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