sábado, 21 de novembro de 2009

POEMA METAMÓRFICO


Como um granulito de emoções,
Forjado nas catazonas do meu ser,
Tenho junções tríplices de sensações.
E como um blastomilonito,
Nos planos de falha do meu reverso viver,
Sinto-me cisalhado, triturado,
Esperando feito uma fratura profunda
Um metassomatismo a me varrer.

Mas não sou um reles anquimetamorfismo.
Não sou coisa, coisinha, nem coesita.
Não estou grávida, prenha, tampouco prehnita.
Não ficarei corno, nem cornubianito.
O certo é que sou como um tectito,
Que nos problemas e astroblemas acadêmicos
Está sempre FUNDIDO...

Oh, intrusões que emanam do âmago de libertinagens graníticas!
Aquece-me com seus amenos 600 ° C!
Banha-me com seus voláteis!
"Hornfelsa-me", abriga-me em suas estupendas aureólas!
Recristaliza-me em mármore puro!
"Xenotilize" mágoas de peridotitos do meu viver!

E numa crise de anatexia profunda,
Por entre voláteis de luxúria,
De um modesto granulito um migmatito passo a ser.
Leucossoma de felicidades...
Melanossoma de amarguras...
Mas o paleossoma, intacto,
Não nega o meu humilde protólito.
Pois de um simples magma eu vim
E um pífio sedimento, por fim, torna-me-ei...

By Nelson Jr

TESTE - METAMORFISMO

Teste seus conhecimentos sobre metamorfismo! Acesse www.netxplica.com/exercicios/geo11/46.rochas.metamorficas.htm e relembre fundamentos da Geologia Metamórfica!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

EMPORCALHANDO A TERRA...

Nossa vergonhosa atitude para com o planeta...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

OS SUPER PODERES GEOLÓGICOS


Forjado nas profundezas do inferno da Terra, sob altas condições de pressão psicológica e temperatura (vide menopausa), o ser legendário chamado geólogo se cristaliza, desenvolvendo seus super-poderes geológicos. Entre fusões parciais de neurônios, um medíocre indivíduo até então em plena sanidade mental total ignorância geológica passa a ser um verdadeiro vidente/filósofo/bam-bam-bam, deixando seus pífios neurônios de textura afanítica para outros de textura pegmatítica. A partir daí, os poderes inerentes ao geólogo são tão surpreendentes que reduz ao tamanho argila qualquer heroizinho de meia tigela vestindo suguinha vermelha.


Fica a seguir um pequeno resumo dos principais super poderes geológicos. Caso ainda você não tenha conseguido desenvolver nenhum deles, não se apoquente: o Geoboteco, mais uma vez preocupado com o futuro profissional de seus leitores (kkk) fornece dicas de como alcancá-los. Não é muito simples, porém com um pouco de loucura (que eu sei que você tem de sobra, caso contrário não estaria lendo essa $%#@¨&*) você chega lá. Pronto? Então vamos lá...


Poder 1: PREMONIÇÕES

Não há evidências concretas, mas acredita-se que tal poder esteja relacionado a doses cavalares de H2S inalado de erupções vulcânicas. Outra hipótese, porém pouco plausível, remonta ao geólogo primitivo: depois da criatura ter pisado em seixos, caído de um vale e batido a cabeça num matacão de granito premonições passaram a fazer parte do intricado cérebro desse ser, característica essa passada de geração em geração. Observe:


Cérebro Pré-Geologia


Cérebro Pós-Geologia

Não é vudu, charlatanismo nem tampouco pacto com o cão, mas o geólogo é capaz de deduzir onde encontrar, por exemplo petróleo, usando apenas alguns lápis de cor, uma bússola e uns martelinhos legais! E não para por aí: depois de agredir um bando de inocentes e indefesas rochas, constrangê-las depois de olhá-las por horas e humilhá-las riscando-as com giz, é capaz de desvendar o passado e até mesmo o futuro da Terra! Desconfiado de uma galhada a enfeitar sua cabeça? Não hesite: contrate os serviços de um geólogo que certamente ele descobrirá sua cornitude...

A premonição é um dos super poderes geológicos mais comuns, todavia um dos mais difíceis de se desenvolver. Ela está presente em indivíduos com um estágio de degradação mental desenvolvimento intelectual mais avançado. Para exercitá-la, aí vai alguns exercícios simples:

- Colete um ritmito qualquer e leve-o para um ambiente tranquilo, isento de ruídos. Posicione seu ouvido próximo à rocha e fique a escutá-la atentamente... Não ouviu nada? No começo é normal, mas pouco a pouco você será capaz de descobrir o ritmo preferido de cada ritmito: uns gostam de samba, outros de pagode, alguns de rock... (isso foi tosco!)

- Pegue uma obsidiana e conte quantos grãos (?????????) você consegue distinguir. A maioria não consegue visualizar nada, mas há quem diga que viu dois grãos formando uma geminação de Carlsbad, um com estrias de crescimento oscilatório e um outro com alto grau de arredondamento... TENSO!

Poder 2: Contato com os Mortos
A comunicação com os moradores da terra dos pés juntos não é algo próprio somente de um médium: o geólogo também é capaz de realizar tal façanha. Para tanto, o nosso personagem principal não investiga o defunto por meio de sua sensibilidade com os espíritos, mas o retira diretamente do seu descanso de milhões de anos. As pobres criaturas, que vão desde baratas pré-históricas, espinha de sardinha, vegetais, frutas e até verduras, são incomodadas descaradamente por um bando de pessoas curiosas, que com seus martelinhos super legais (que não são de pedreiro, carpinteiro e nem de bater bife) destroem seus túmulos rochosos. Mas o incômodo com as almas penadas não param por aí: a especulação inclui também a vida íntima do falecido. O geólogo bisbilhota sua moradia, idade, hábitos e até mesmo verifica sua flora intestinal, pois apanha as fezes fossilizadas da infeliz criatura, materiais estes mais conhecidos como coprólitos (um eufemismo para suavizar o peso da palavra...). Pelo menos esse estorvo serviu para alguma coisa: compreensão dos processo evolutivos da vida na Terra, dos paleoclimas, eventos importantes como extinções em massa, etc.



FÓSSEIS MANJADOS


TRILOBITA


AMONITE


Dercy Gonçalves (um dos "fósseis vivos" que tinhamos...)


Poder 3: De volta ao Passado

Se o geólogo não fosse um geólogo, poderia ser perfeitamente um detetive. Na verdade ele já é um, só que um investigador diferente, responsável por decifrar a história da super anciã Terra. Observando um punhado de farelos denominados sedimentos, assediando sexualmente os argilitos ao lamber seus cangotes (que às vezes são siltitos, mas os geólogos, em geral, tem uma maior tara pelas argilas) e fazendo outros atos excêntricos, esses profissionais podem deduzir o que ocorreu em uma determinada área. Em outras palavras, com base nas evidências impressas nas rxs, podem reconstituir a história geológica de uma região. Creio que a maioria do nosso público leitor tenha conhecimento de que isso se trata, mas para as pessoas leigas temos uma ilustração esclarecedora sobre o assunto. Observe:

Considere uma situação S com um crime C, em que estão envolvidos os personagens X, Y e uma rocha P. À primeira vista, a maioria das pessoas diria que X, por ter a possível arma do crime em mãos, teria matado Y. Essa seria uma forte evidência do assassinato, mas pensando como um geólogo, as coisas não seriam bem assim! Vamos pensar nas hipóteses mais comuns que um geólogo formularia a respeito do caso acima:

1ª) X teria realmente a culpa. Mas como isso é tão óbvio, podemos descartar essa hipótese instantaneamente, porque se é fácil, não é Geologia.

2ª) X teria a culpa da morte de Y, mas não o matou... Entendeu? Vejamos: X estaria fazendo seu lanche com a faca, quando, por acidente, Y tropeçou em R e caiu de cabeça na lâmina. A culpada de tudo, portanto, seria a rocha.

3ª) Y não morreu pela facada, mas por susto ao ver a faca suja aparentemente de sangue (que na verda era catchup). Logo, Y morreu devido a sua própria frescura.

4ª) N.R.A

É mais ou menos esse o dilema ao reconstiutir o passado de um determinado local: infinitas possibilidade e infinitas dúvidas. Caso não consiga dizer nada ao ver um afloramento de qualquer rocha, diga a célebre e infalível frase, aplicável a inúmeros casos por geólogos:

"ISSO É MUITO COMPLEXO!"

Como podemos perceber, o geólogo é um ser dotado de incríveis atributos. Seus poderes são incrivelmente incríveis, de espantar qualquer vivente ou até ele mesmo. Deixemos de ler e assistir às rídiculas histórias de super-heróis de sungas e roupas bregas e idolatremos nossos super-heróis da vida real! E viva o ser GEÓLOGO! XD

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CAMPO DE PETRÓLEO GIGANTE NO GOLFO DO MÉXICO.


Mais uma descoberta para o mundo dos combustíveis fósseis. A BP anunciou a descoberta de petróleo no Golfo do México, trata-se do poço Tiber. Para se ter uma idéia do tamanho, estima-se que pode conter ao menos 3 bilhões de barris. Esse compo encontra-se a 400 km a sudeste de Houston e atingiu um total de 10.685 metros de profundidade, um dos poços mais profundos já perfurado, sendo maior que a altura do Monte Everest.

Vale ressaltar que a Petrobrás possui uma fatia de 20% na descoberta do Tiber, o que adicionará quase 5% às suas reservas petrolíferas estimadas em 14 bilhões de barris em 2008.

RARIDADE

Se alguém te perguntasse de qual mineral se trata a foto acima, qual você arriscaria? Não... Não era o que você estava pensando: essa belezinha é nada mais nada menos que um espinélio com hibonita! A raridade foi encontrada no município de Piatã, aqui na Bahia, por um garimpeiro apelidado Dida, com 20 anos de experiência na área. Depois de pesquisas feitas por universidades brasileiras, entre elas UFBA e UNICAMP, ficou constatado: é o único do mundo. Ô, lá em casa!
NÚMEROS:
- 14 cm de altura
-23 cm de diâmetro
- 405 gramas

Fica aí um videozinho (PS.: peguem um babador...):

lol

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

EU FOSSILIZO, TU FOSSILIZAS...

... Ele fossiliza!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ENTRE A ROCHA E A CRUZ

Não é de hoje que ciência e religião trocam farpas entre si. Cada qual defendendo seus princípios, o conflito ideológico entre ambas era praticamente inevitável: novas descobertas científicas eram dura e instantaneamente atacadas pelo conservadorismo clerical, ao mesmo tempo que críticas ferinas eram lançadas ao mundo religioso. Diante disso, fica uma pergunta: é possível conciliar a Geologia, uma ciência a qual explica a evolução da Terra em bilhões de anos, com uma religião que relata a criação do mundo em sete dias?

O livro "Deus, um delírio", do biólogo inglês Richard Dawkins, retrata bem esse dilema razão versus fé. Nele, o autor retrata um caso dramático envolvendo o geólogo Kurt Wise, o qual abdica de sua promissora carreira em nome da fé. Radical? Talvez, entretanto, é impossível negar a existência de pontos extremamente antagônicos, um deles mencionados anteriormente: a idade do planeta. Segundo escrituras bíblicas, a Terra seria bastante "jovem" (com apenas 6 000 anos), ao contrário da datação geológica, determinada em intermináveis 4,56 bilhões de anos. Então o que dizer? A única coisa a se considerar é o fato da Bíblia ter uma grande carga metafórica em seus textos, algo induzidor a interpretações errôneas.
Outra coisa a se analisar está presente no conteúdo fossílifero de rxs sedimentares. A partir de organismos preservados, podemos tirar conclusões acerca da evolução da vida na Terra, desenvolvida de forma paulatina ao longo de uma extensa escala de tempo. Ao observá-los, é possível notar uma clara diferença na complexidade dos seres mais recentes em relação aos mais velhos, dando respaldo à Evolução das Espécies de Charles Darwin. Isso subverte totalmente a ideia religiosa de que a natureza e as espécies carregam o germe da perfeição - como se tivessem sido projetadas para funcionar como uma máquina maravilhosa. A evolução que observamos nos fósseis, ao contrário, não tendem a perfeição, mas sim à necessidade de adaptação às novas condições de vida nas quais os organismos estavam submetidos. Uma questão de sobrevivência, e nada mais.
O motor da fé e da religião são distintos, fé e espiríto contra dúvida e razão, chegando a ser surpreendente coexistirem no mundo de hoje. Isso indica que nenhuma das duas possuem um domínio sobre a outra, dando a ideia de um certo equilibrio entre ambas. O que se pode concluir, por fim, é que nenhuma responde as perguntas da outra, mas podem existir em harmonia, desde que haja um respeito recíproco. Todavia, cabe a cada um de nós decidir se é possível ou não uni-las, assimilando um pouco de cada para si ou se dedicando integralmente para uma das duas.
Entre a rocha e a cruz: com qual você fica?